Dostoiévski publicou as novelas “A dócil” e “O sonho de um homem ridículo” pela primeira vez em novembro de 1876 e abril de 1877 na revista mensal que ele próprio redigiu e editou, o “Diário de um escritor”. Em “A dócil”, um marido tem sobre a mesa de casa o corpo de sua mulher que há pouco se jogou da janela. Transtornado, o homem tenta reunir seus pensamentos e esclarecer a história para si mesmo. Durante boa parte do casamento, sentia necessidade de subjugar a amada. Ele conduziu a relação com silêncio, frieza e indiferença. Ao tentar dar uma chance à felicidade, percebe que se tornou um estranho para a mulher. Enquanto se recorda da história, o narrador oscila entre justificativas e acusações até chegar à compreensão da verdade que se revela de modo definitivo. Em “O sonho de um homem ridículo”, um homem se depara com uma menina na rua pedindo ajuda, mas ignora completamente a aflição da criança. Afinal, ele decidiu se tornar uma pessoa indiferente a tudo e tem planos de pôr fim à