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Mostrando postagens de janeiro, 2024

Memórias do Subsolo

“Abismo”. Na maioria das vezes em que lia ou ouvia algo a respeito da obra de Dostoiévski, percebia que essa palavra estava presente. Claro que me sentia intrigada, mas só pude ter a mínima noção do que se tratava quando terminei essa leitura. Em “Memórias do subsolo", conhecemos a mente de um homem e alguns fatos de sua vida narrados sob seu ponto de vista. O homem do subsolo se considera mais inteligente do que muitas pessoas. Além disso, ele gosta de subjugar moralmente alguns indivíduos. Ainda assim, na sua perspectiva, as pessoas devem se sentir felizes por ter a honra da sua ilustre presença.  Em contrapartida, o narrador é um homem que se sente insignificante. Suas ações são guiadas pelo rancor. Vaidade, inveja e raiva também acompanham sua rotina. E, quando as emoções baixas se fazem ausentes, ele encontra uma forma de senti-las novamente. Afinal, para esse sujeito, essa é uma forma de experienciar a vida e sair da inércia destinada às pessoas como ele, as de consciência e

A Espera

Autora: Keum Suk Gendry-Kim Editora: Pipoca e Nanquim Em “A Espera” conhecemos a história de Gwija, uma senhora coreana que, há sete décadas, espera reencontrar seus familiares.  Aos dezessete anos, Gwija casou-se às pressas com um homem desconhecido. Foi uma forma que sua família encontrou de impedir que ela fosse levada pelos japoneses para servir como “mulher de conforto” durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa. Com o tempo, a jovem conseguiu se adaptar à realidade de casada e formar uma família. Mas, devido à eclosão da Guerra da Coreia, Gwija, mais uma vez, precisou mudar sua vida da noite para o dia. Junto à família, partiu rapidamente para o Sul. Foi então que um acontecimento marcou para sempre sua existência: ela se perdeu do marido e do filho. Anos se passaram, Gwija construiu uma vida, casou-se novamente e teve mais filhos. Entretanto, essa mulher jamais conseguiu se esquecer de sua primeira família. Ela não sabe o que aconteceu com o marido e o filho. Não tem ideia se eles

Bem-vindos à livraria Hyunam-dong

Mesmo alcançando a vida ideal que preenchia os parâmetros de sucesso, Yeongju sentia falta de algo, algo em que pudesse se reconhecer. Quando chegou ao seu limite, ela deixou tudo para trás e decidiu investir em seu sonho: abrir uma livraria. Os livros ajudavam Yeongju a entender melhor os próprios sentimentos, a não desmoronar e a preencher um vazio. Portanto, muito mais do que um negócio, a livraria significava o lugar em que se sentia bem e valorizada, onde conseguia ser ela mesma. Quando me sentei para escrever este post, não consegui encontrar uma palavra melhor para descrever essa leitura do que acolhedora. Os personagens que passam pela livraria são pessoas que estão tentando viver um dia de cada vez, no seu próprio tempo, e encontrando paz no caminho que escolheram seguir. “Talvez o que eles estejam fazendo não seja considerado um grande sucesso, mas eles estão sempre crescendo, mudando e evoluindo. O julgamento alheio não importa. O fato de eles progredirem e gostarem de onde

Grandes Esperanças

Pip, um órfão de origem modesta, conheceu a dureza da vida muito cedo. O garoto cresceu sob os cuidados da irmã mais velha, e afeto e incentivo estavam longe de fazer parte da sua criação. A sorte desse menino foi poder contar com a amizade sincera do cunhado, o ferreiro Joe.  Um dia, porém, algo inusitado aconteceu na vida de Pip: uma pessoa misteriosa resolveu presenteá-lo com a oportunidade de um futuro melhor. A partir desse episódio, o jovem protagonista pôde ampliar suas perspectivas em relação ao que poderia ser. Afinal, agora ele tem dinheiro, chances de se tornar um cavalheiro e grande possibilidade de ser o par perfeito de uma certa jovem. Impossível negar, era a oportunidade perfeita para um recomeço. Um recomeço tão radical que Pip optou por rejeitar e se desligar daquelas pessoas que o lembravam de suas raízes. Em “Grandes Esperanças”, o leitor acompanha os fatos da vida do protagonista contados por ele mesmo. E, a meu ver, o que torna tudo mais interessante é a sinceridad

Sobre a Vida Feliz

“Aquele que é feliz, portanto, tem sua justa medida, isto é, a sabedoria.” Durante a comemoração do aniversário de Agostinho, anfitrião e convidados dialogam sobre a verdadeira felicidade e expõem argumentos que permeiam tópicos, como posses, sabedoria, plenitude, alimento espiritual, virtude e verdade. Apesar de poucas páginas, “Sobre a Vida Feliz” foi uma leitura que enriqueceu minha espiritualidade devido às reflexões. Mas também me fez crescer enquanto leitora, pois estou falando de um texto que puxa uma linha de raciocínio e instiga a pessoa que está lendo a pensar de uma forma mais lógica a respeito do conteúdo apresentado. “Quem é o Filho de Deus? Foi dito que Ele é a Verdade. Quem é aquele que não tem Pai, e quem mais poderia ser senão a medida suprema? Portanto, todo aquele que chegar à medida suprema pela verdade é feliz. É isto então possuir a Deus no espírito, isto é fruir a Deus. Todo o restante, pois, embora procedendo de Deus, não possui a Deus.” Ahhh, deixa eu aproveita