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Mostrando postagens de abril, 2024

Um experimento em crítica literária

Em “Um experimento em crítica literária”, C. S. Lewis desafia conceitos estabelecidos e propõe uma perspectiva diferente sobre a análise literária ao lançar luz na relação que o leitor estabelece com o livro. Ao longo dos capítulos, o autor chama a atenção para duas ações: usar e receber uma obra de arte. Nesse sentido, ele explica que usar a arte é como falar quando se deve ouvir ou dar quando se deve receber. Mas Lewis também complementa que não devemos ser espectadores passivos, mas ser obedientemente ativos em nossa imaginação, de forma a captar a proposta do artista. Um capítulo que chamou bastante minha atenção foi o “A respeito do mito”, no qual o autor apresenta uma compreensão que vai além do sentido antropológico. O intuito do ensaio não é estabelecer um critério para classificar histórias em míticas ou não míticas, e sim focar no modo de ler. Dessa forma — neste livro — uma história, para ser considerada um mito, depende do efeito que causa no leitor. E esse efeito não envol

A Sociedade do Anel

O Sr. Bilbo Bolseiro, o Hobbit, escolheu partir do Condado durante sua festa de aniversário e deixou uma herança para Frodo, parente órfão que ele havia adotado. Inclusive, ele abriu mão de um anel mágico que usava para desaparecer ocasionalmente. Gandalf, O Cinzento, descobre que o artefato herdado por Frodo é, na verdade, o Um Anel. O Um Anel não é apenas um objeto especial, mas sim uma fonte de poder de Sauron, o Senhor Sombrio, cujo objetivo é assumir o controle sobre a Terra-média.  Segundo Gandalf, a solução para se livrar da ameaça do Inimigo é destruir o Um Anel. E a única maneira de chegar a esse objetivo é encontrar as Fendas da Perdição nas profundezas de Orodruin, a Montanha-de-Fogo, e jogar o Anel lá dentro. Diante de tantas descobertas, o jovem hobbit não entende por que justo ele foi escolhido para carregar tamanho fardo. Frodo também compreende que o Anel não permanecerá oculto por muito tempo no Condado e que, para seu próprio bem e para o bem dos outros, precisa parti

A Morte de Ivan Ilitch

Ivan Ilitch alcançou um estágio na vida em que estava casado, tinha filhos, contava com um bom emprego, desfrutava de conforto e cultivava relações sociais importantes. Observando superficialmente a vida desse homem, é praticamente impossível não pensar que ele alcançou a realização pessoal. Contudo, o que ninguém imagina é que por trás desse cenário existe um marido infeliz, um homem que chegou a ter o trabalho como um meio para não precisar lidar com a esposa e suas reclamações, alguém com muitos conhecidos, mas talvez nenhum amigo. Apesar de uma vida vazia e mentirosa, Ivan Ilitch só conseguiu enxergar a pobreza da própria existência quando foi surpreendido por uma doença fatal.  Diante desse sofrimento, esse homem à beira da morte encontrou algum consolo na amizade de Guerássim, um indivíduo simples que trabalhava como ajudante de copeiro em sua casa. E o que mais surpreendia Ivan era como esse jovem humilde encarava a vida. Em seus últimos dias, ele também passou a encontrar algu