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Mostrando postagens de setembro, 2023

O Nariz

Imagine acordar e perceber que o seu nariz sumiu. Isso mesmo, ver que seu nariz desapareceu e ter no lugar dele uma espécie de panqueca. Pior do que isso, encontrá-lo passeando por aí e descobrir que ele "venceu na vida" antes de você. Pois bem, Kovaliov é um homem que perdeu o nariz e está desesperado para recuperá- lo. Continue a leitura e confira algumas considerações sobre o livro. Considerações “O Nariz” apresenta um enredo que logo desperta curiosidade pela situação inusitada. Afinal, temos um nariz independente do corpo, que é muito esnobe e afirma não conhecer o seu dono. Por outro lado, em se tratando de presunção, Kovaliov não ficava para trás. No conto, o protagonista era assessor colegial, mas chamava a si próprio de major, visto que o título era mais imponente.  Além disso, havia um sentimento forte de indignação do protagonista. Pois, onde já se viu, um homem como ele - que tinha em vista o cargo de governador e era popular entre as damas - ficar sem o nariz? O

Amêndoas

Sobre Yunjae nasceu com alexitimia, uma condição neurológica na qual a pessoa enfrenta dificuldade para detectar e expressar sentimentos.  Com esse cenário em mente, não é difícil imaginar quão complicado era para esse garoto estabelecer conexões a ponto de conseguir fazer amigos. A sorte de Yunjae foi poder contar com o amor e apoio de sua mãe e avó.  Contudo, com apenas 16 anos, esse jovem vê o seu mundo desmoronar. A partir desse acontecimento, ele vai precisar aprender a lidar com pessoas e sobreviver em um mundo complicado, ao mesmo tempo em que luta para compreender o que acontece dentro de si. “Ninguém consegue parar o tempo, e as pessoas passam por muita coisa na vida.” Considerações A escrita de Won-pyung Sohn é comovente e transborda empatia, pois a narrativa permite ao leitor se conectar de forma profunda com o protagonista, tão profunda a ponto de se colocar no lugar dele. Isso, por si só, já me deixou impressionada. Afinal de contas, estou falando de um livro narrado por u

Diário de um homem supérfluo

A duas semanas da própria morte, Tchulkatúrin decide escrever um diário íntimo para contar a si mesmo toda a sua vida. Ao pensar sobre o passado, esse jovem à beira da morte revela não ter encontrado um lugar no qual pudesse se encaixar. Também confessa sentir a ausência de um papel significativo no mundo para ele. Reconhecendo sua própria condição, não faltaram argumentos para consolidar uma resolução sobre si, a de que era um homem supérfluo. “... de um modo geral, não sou nenhum tolo; às vezes até me vêm à mente ideias bastante engraçadas e não de todo banais; mas, como sou um homem supérfluo e tenho um cadeado interno, para mim é apavorante expressar meus pensamentos, tanto que sei de antemão que hei me expressar de modo sofrível .” Nem acredito que finalmente criei coragem para conhecer a literatura russa. Confesso que nunca tentei ler, pois havia colocado na minha cabeça que era muito difícil e não conseguiria entender nada. (Por que a gente é assim?) Tenho certeza de que a exper