A duas semanas da própria morte, Tchulkatúrin decide escrever um diário íntimo para contar a si mesmo toda a sua vida. Ao pensar sobre o passado, esse jovem à beira da morte revela não ter encontrado um lugar no qual pudesse se encaixar. Também confessa sentir a ausência de um papel significativo no mundo para ele. Reconhecendo sua própria condição, não faltaram argumentos para consolidar uma resolução sobre si, a de que era um homem supérfluo. “... de um modo geral, não sou nenhum tolo; às vezes até me vêm à mente ideias bastante engraçadas e não de todo banais; mas, como sou um homem supérfluo e tenho um cadeado interno, para mim é apavorante expressar meus pensamentos, tanto que sei de antemão que hei me expressar de modo sofrível .” Nem acredito que finalmente criei coragem para conhecer a literatura russa. Confesso que nunca tentei ler, pois havia colocado na minha cabeça que era muito difícil e não conseguiria entender nada. (Por que a gente é assim?) Tenho certeza de que a exper