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Mostrando postagens de outubro, 2023

Noites Brancas: Romance sentimental (Das memórias de um sonhador)

Autor: Fiódor Dostoiévski  Tradutor:Rubens Figueiredo Editora: Penguin-Companhia Um sonhador. Quatro noites. A possibilidade da felicidade. O protagonista é um homem solitário que usa a fantasia como uma forma de escapar de sua condição. Ele tinha o hábito de vagar pelas ruas de São Petersburgo observando pessoas e casas, cantarolando e compartilhando seus sentimentos com a cidade. “Eu caminhava e cantava, porque, quando estou feliz, sempre cantarolo algo baixinho, como faz qualquer pessoa feliz que não tem amigos nem bons conhecidos e que, nos momentos alegres, não tem com quem dividir sua alegria.” Mas algo mudou quando, em uma de suas caminhadas, ele conheceu a jovem Nástienka. Depois desse encontro inesperado, esse homem, que se denominava um sonhador, teve um vislumbre da ausência da solidão e a experiência de dividir um pouco de si com uma pessoa real.  O enredo se desenvolve em quatro noites, e o sonhador é quem narra os eventos para o leitor. Considerações Eu amei o narrador e

O Deserto dos Tártaros

“ " O deserto dos tártaros" (1940), obra-prima de Buzzati, conta a história de jovens oficiais que consomem toda a sua existência em uma solitária fortaleza de fronteira, esperando em vão o ataque dos tártaros. Mais do que isso, o livro retrata a angústia, a resignação e a solidão do homem, incapaz de escapar a seu próprio destino .” Um dos aspectos marcantes do livro é como o virar das páginas faz o leitor se sentir angustiado ao olhar para a própria vida.  Todo mundo quer chegar ao fim da estrada, olhar para trás e sentir que viveu seu propósito. No entanto, a nossa passividade diante da vida pode nos levar ao mesmo lugar do protagonista, Giovanni Drogo. Podemos viver alguma situação de insatisfação duradoura e, sem fazer nada em relação a isso, esperar que, um dia, tudo se transforme. E não seria novidade confundir essa acomodação com paciência, persistência ou força de vontade. Por outro lado, ao tomar distância do que estamos acostumados, podemos, em um primeiro momento,

Antes que o café esfrie

“ Em uma ruazinha estreita e silenciosa de Tóquio, num subsolo, existe um estabelecimento que, há mais de 100 anos, serve um café cuidadosamente preparado. Além disso, uma estranha lenda urbana conta que os clientes podem viver ali uma experiência única: fazer uma viagem no tempo. ” Em “Antes que o café esfrie”, acompanhamos a história de quatro pessoas que optaram por fazer essa viagem. O detalhe é que suas palavras e ações não poderão alterar o presente. Então, qual seria a vantagem de percorrer esses caminhos? Trazendo essa ideia para a minha vida cotidiana, pude refletir sobre as vezes em que fiquei remoendo situações do passado, ou quando me peguei ansiosa em relação ao futuro. Foi então que me dei conta de que, por mais que a minha mente teime em permanecer nesses lugares, a verdade é uma só: é somente no presente que eu posso me movimentar para alterar minha realidade. Contudo, acredito que essa capacidade de ser um agente transformador da própria vida depende de como lidamos co