Autor: L. Frank
Baum
Ilustração: William Wallace Denslow
Tradução: Luis
Ryes Gil
Editora:
Autêntica
Páginas: 205
Lançado pela
primeira vez em 1900, O Mágico de Oz
é considerado um clássico da literatura infantil americana. A obra chegou com a proposta de oferecer um conto de fadas moderno no qual as crianças pudessem se divertir.
Nessa época, as histórias que eram feitas para o público infantil apresentavam situações de aflições e medo para transmitir algum ensinamento. Para mudar essa perspectiva, o autor usou uma abordagem cuja alegria e admiração foram mantidas, e as dores e pesadelos deixados de fora.
Nas próximas linhas, falarei um pouco mais sobre esse clássico, acompanhe!
Sinopse
Dorothy é órfã
e vive em uma fazenda do Kansas com os seus tios e com o seu cachorro, o Totó. Nas
primeiras páginas, conhecemos um pouco sobre como eram as condições de vida
da menina e percebemos que é uma vida bem simples e pacata. Ainda nesse sentido, é possível notar que o lugar onde Dorothy vive apresenta uma certa tristeza. Era
tudo cinzento, com a grama esturricada pelo sol, tudo parecia sem graça, sem
cor e sem vida.
Certo dia, um ciclone chegou à região. Os tios conseguiram entrar no abrigo da casa, que foi construído
para protegê-los durante esses eventos.
Contudo, quando
Dorothy foi correr para esse abrigo, Totó resolveu se esconder debaixo da cama
e, enquanto ela tentava resgatá-lo, o ciclone chegou arrancando a casa do
chão e impedindo a sua entrada no esconderijo. A única alternativa era esperar
o ciclone passar, então a menina acabou adormecendo.
Quando a garota acorda e abre a porta de casa, vê um mundo colorido, com vida. Estava na Terra
de Oz.
Dorothy foi muito bem recebida pelos Munchkins, que não pouparam agradecimentos por ela ter
matado a Bruxa Malvada do Leste. Isso aconteceu porque a sua casa caiu justamente
em cima da cabeça daquele ser cruel. Em vitude do ocorrido, a menina teve o direito de ficar com os sapatos de prata mágicos da bruxa.
Apesar da
hospitalidade daquele povo e da beleza daquele lugar, a única coisa que ela queria era encontrar meios de voltar para casa.
A Bruxa Boa do
Norte explica à menina que só o poderoso Oz seria capaz de ajudá-la a voltar para o
Kansas. Em seguida, beija a testa de Dorothy para que ela fique protegida
durante a caminhada pela estrada de tijolos amarelos que leva à Cidade das
Esmeraldas, onde vive Oz.
No decorrer da
jornada, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão se juntam a Dorothy e Totó com
o objetivo de fazer os seus pedidos a Oz.
O Espantalho deseja ter um cérebro
para pensar como os homens, o Homem de Lata deseja ter um Coração para amar
como os homens e o Leão quer coragem para ser o rei dos animais.
Então, esses personagens vivem aventuras, encaram perigos e experimentam histórias
fantásticas até chegarem de fato ao poderoso Mágico de Oz.
A alegoria política
Estudiosos, como Henry M. Littlefield, atribuíram inúmeros significados a vários elementos da história. A
maioria dessas análises diz a respeito de uma alegoria da política americana
na década de 1890.
Nesse sentido,
a estrada amarela de tijolos simboliza o padrão de ouro conservador. A Cidade das Esmeraldas representa os interesses políticos.
Os sapatos de prata representam o desejo dos populistas de abrir a economia por
meio da liberação da prata.
Os populistas
do século XIX eram, em sua maioria, agricultores e trabalhadores rurais que se
reuniram para pedir reformas nos impostos de renda, liberação da prata para
circular mais moedas, eleição direta de senadores, fortalecimento da democracia
e paridade econômica com os negócios da indústria.
Sobre o autor
L. Frank Baum (1856-1919) foi um escritor, editor, ator, roteirista e produtor de cinema norte-americano. Além de assinar com o próprio nome, o autor escreveu por meio de pseudônimos, como Edith Van Dyne, Floyd Akers, Capitão Hugh Fitzgerald, John Estes Cooke, Laura Bancroft, Schuyler Staunton e Suzanne Metcalf. Entre as suas muitas obras destaca-se O Mágico de Oz que, em setembro de 1939,
foi transformado em filme. Existem cerca de 40 continuações dessa obra, sendo
14 de autoria de L. Frank e outros 26 por diversos autores.
Considerações
Durante a
leitura, percebemos que cada personagem já tem o que deseja receber de Oz. O
Leão se mostra muito corajoso ao enfrentar grandes perigos para ajudar seus
amigos, o Espantalho sempre oferece ideias para a resolução de vários problemas
que ocorrem na viagem e o Homem de Lata sente amor, isso fica evidente, principalmente, durante as suas crises de
choro. Dorothy também pode voltar para o Kansas usando os sapatos de prata que
estão bem ali nos próprios pés.
Outro ponto interessante
é quando os viajantes chegam até a Cidade das Esmeraldas e são obrigados a usar
óculos com lentes verdes, acessório que só poderia ser retirado por um
guardião. Nesse quesito, sentimos a importância de aguçar o senso crítico
para não sermos manipulados a enxergar o mundo conforme os interesses de outras
pessoas.
A leitura é fluida, de fácil absorção, divertida e recomendo para crianças e adultos.
Curtiu esta resenha de O Mágico de Oz? Continue a visita e leia também:"Resenha: Pollyanna".
Comentários
Postar um comentário