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Pachinko

Pachinko

  • Autora: Min Jin Lee
  • Editora: Intrínseca
  • Páginas: 528

Sobre

Quando se deixou cativar por Hansu, no início da década de 1930, Sunja era uma adolescente de 16 anos. A jovem entregou seu coração a esse homem de negócios misterioso. Mas uma gravidez inesperada colocou um fim no relacionamento. Afinal, Sunja descobriu tarde demais que Hansu, o homem que ela tanto amava e admirava, era casado. 

Com a honra abalada, mesmo diante desse cenário desesperador - uma mulher solteira e grávida - Sunja se recusou a ser mais uma na vida de Hansu.

Baek Isak era um pastor protestante que estava de passagem pelo vilarejo coreano a caminho do Japão. Quando descobriu a situação de Sunja, o jovem pastor se propôs a ajudar a moça. Ele a pediu em casamento e juntos seguiram para Osaka.


A partir dessa decisão, Sunja deu início à jornada de sua família no Japão. Uma jornada de luta por sobrevivência e busca de identidade, pátria e pertencimento.

Considerações

Pachinko é um dos melhores livros que já li na vida. Eu me emocionei, torci por alguns personagens, senti raiva de outros e aprendi muito sobre história.  Afinal, a trama apresenta uma linha temporal que passa por períodos históricos, como Primeira Guerra Mundial, ocupação japonesa da Coreia, Segunda Guerra Mundial e Divisão da Coreia.

Na obra, o leitor acompanha a saga de 4 gerações de uma família de coreanos vivendo no Japão. Por meio de situações dolorosas, conseguimos ter uma ideia das dificuldades que um imigrante coreano enfrentava naquela época.

Pachinko

O Pachinko era um jogo de azar popular e rentável no Japão. Mas os estabelecimentos que ofereciam esse jogo não eram bem-vistos pela comunidade japonesa. Em sua maioria, tinham imigrantes coreanos como administradores, sendo o trabalho nesses salões uma das escassas formas de conseguir uma renda mais substancial e acumular dinheiro.

O livro apresenta personagens complexos, intrigantes e cheios de camadas. Nesse quesito, não posso deixar de destacar meus preferidos: Sunja e Baek Isak.

Sunja é aquele tipo de matriarca que se doa completamente para garantir o bem-estar de sua família. Impossível não se comover com a força e capacidade de resiliência dessa mulher ao lidar com os desafios que precisou enfrentar. É muito interessante acompanhar como essa parte de sua personalidade vai tomando forma ao longo da trama.

Baek Isak é o que eu imagino quando penso em um personagem honrado. Eu amei muitas de suas falas, sua personalidade e sua forma de acolher a protagonista.

Bem, vou parar por aqui porque não quero correr o risco de dar algum spoiler. 

Curtiu esta ideia sobre Pachinko? Então, que tal aproveitar a visita para ler também “Tudo o que nunca contei”?

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