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Resenha: Flores para Algernon

Livro ao lado de planta

  • Autor: Daniel Keyes
  • Tradução: Luisa Geisler
  • Páginas: 288
  • Editora: Aleph

Sinopse

Charlie Gordon, um homem com deficiência intelectual grave, mas com muita vontade de aprender, é indicado por sua professora para passar por uma cirurgia que promete aumentar a inteligência.

É a primeira vez que um experimento desse nível será testado em humanos. Os médicos do laboratório de psicologia estão confiantes, pois Algernon, um rato que passou pela cirurgia, vem apresentando excelentes resultados.

Charlie é um homem doce, simples, que trabalha em uma padaria e há muito tempo não tem contato com a família. Depois da operação, o seu nível de inteligência aumenta. Como consequência, o rapaz começa a enxergar a vida, as pessoas ao seu redor e a si mesmo de outra maneira.

A partir dessas percepções e memórias da infância, registradas em seus relatórios de progresso, o protagonista tenta compreender o seu papel no mundo, seus relacionamentos e o distanciamento da família.

E é por meio desses processos que o autor traz de uma forma brilhante reflexões muito profundas sobre questões sociais e existenciais.

Sobre o Autor

Daniel Keyes nasceu em 9 de agosto de 1927, Brooklyn, Nova York. Publicou oito livros, sendo Flores para Algernon seu maior sucesso. Trabalhou como comerciante marinho, editor, professor de ensino médio e professor na Universidade de Ohio. Teve sua primeira inspiração para essa obra na época em que escrevia roteiros de quadrinhos para Stan Lee.

Em 2000, foi escolhido como Autor Emérito pela Escritores de Ficção Científica e Fantasia da América. Faleceu em 2014, Boca Raton, Flórida, EUA.

Considerações

Flores para Algernon é uma história comovente que provoca debates sobre empatia e aponta questões sociais como a subestimação e exclusão de pessoas com deficiência.

Por meio dos relatórios de progresso, Charlie mostra a sua tristeza, raiva e angústia ao se conscientizar de situações nas quais não via maldade. Outro ponto interessante, a meu ver, é quando as pessoas do convívio dele começam a se incomodar com o seu desenvolvimento.

Página do livro aberta

Além disso, é perceptível que, por mais que seu maior desejo fosse ser inteligente, ao alcançar esse objetivo, Charlie demonstrava cada vez mais insatisfação e tristeza.

É uma narrativa fluida, de fácil entendimento e muito, muito envolvente. E, sem dúvida, recomendo a leitura.

Curtiu esta resenha de Flores para Algernon? Então, fique mais um pouco e leia também: “Resenha: Tudo o que nunca contei”!

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