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Resenha: Até que a culpa nos separe

Kindle sobre superfície branca

  • Autora: Liane Moriarty
  • Editora: Intrínseca
  • Páginas: 474

Sinopse

Erika é uma mulher que sofre de transtorno obsessivo compulsivo. Ela trabalha em um escritório de contabilidade, é casada com Oliver e não tem filhos. 

Clementine passa longe de ser uma pessoa extremamente organizada. Ela exerce a profissão de violoncelista, é casada com Sam e tem duas filhas adoráveis.

O que essas duas mulheres tão diferentes têm em comum?

Bem, Erika e Clementine se conhecem desde meninas e são – se é que podemos nomear desta forma – amigas.

“...frase de Gore Vidal: Sempre que um amigo triunfa, eu morro um pouco.”

Certo dia, Vid - o vizinho rico e extravagante de Erika - que mora com a esposa e a filha, convidou as duas famílias para um churrasco.

Era para ser uma tarde comum e divertida. Contudo, um acontecimento chocante abalou a estrutura da vida de todos.

Afinal, o que poderia ser tão grave a ponto de afetar profundamente a vida das pessoas que estavam naquele lugar?

“Podemos pular muito mais alto quando temos um lugar seguro onde cair.”

É isso – e muito, muito mais - que descobrimos ao acompanhar essa trama que nos faz refletir sobre a estabilidade e a essência de todas as nossas relações.

Considerações

Que livro, minha gente, que livro! Esse foi o meu primeiro contato com a escrita da autora e estou assim... sem palavras.

Os personagens são muito bem construídos. Contudo, um ponto curioso da minha experiência de leitura foi que não me apeguei a nenhum deles. Entretanto, não consegui parar de ler.

Gente, o enredo é muito bom. A história é viciante. Eu não consegui largar o livro enquanto não descobri o tinha acontecido no bendito churrasco. Enquanto lia, pensava em diversas possibilidades, mas passei longe.

“Era interessante o fato de que um casamento se tornava instantaneamente propriedade pública assim que aparentava problemas.”

É uma trama cheia de camadas. O acontecimento do churras foi realmente grave, mas esse evento é o fio condutor da história, um fio que tira a sujeira escondida debaixo do tapete das relações de todos que estavam ali presentes.

“A relação deles estava ficando muito distorcida e complicada, a ponto de parecer que estavam perdidos na floresta densa de um conto de fadas e ela não conseguisse descobrir como abrir caminho para voltarem ao lugar que sabia ainda existir; o lugar onde, sem dúvida, eles ainda se amavam.”

Enfim, se você gosta de um bom suspense e drama, recomendo demais essa leitura.

Curtiu esta resenha de Até que a culpa nos separe? Aproveite que já está por aqui e leia também “Resenha: Tudo o que nunca contei”!

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